terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Abrir um blog nunca foi tão difícil

Tenho diversos blogs. Sobre gatos, sobre notícias, sobre carro, sobre casamento, sobre mim, sobre bullying, etc. É só dar vontade de escrever que abro um blog, e até que geram boas visualizações.

Mas hoje resolvi abrir um blog sobre minha jornada para engravidar. Esse eu relutei, pensei, ensaiei e faço com o coração na mão, com a sensação de que não deveria estar fazendo isso... mas por que?

Porque eu já abri um blog a respeito disso, em 2008, abri um fórum, e tem uma hora que o assunto acaba e novidades não vieram.

Eu sou muito racional e pouco emotiva. Mas a dificuldade de engravidar é um assunto que me desestrutura totalmente, que me faz chorar, me faz fugir, me faz evitar tudo e todos, me faz irracional.

E como prova de fé e de mudança de atitude (já passei pelo "coitadismo", pelo "por que eu?" e também pelo "espera mais um pouquinho e vê se acontece sem querer") estou iniciando o blog sobre o meu tratamento.

A consulta já está marcada na clínica IPGO, com o tão famoso Dr. Arnaldo. São tantos anos tentando que nem dá pra acreditar que agora vou tratar com especialistas e que provavelmente ano que vem estarei com meu bebê nos braços. O bebê que eu já tinha desistido de tentar imaginar como seria seu rostinho, ou escolher o nome, já tinha desistido de sonhar. A fé nunca perdi, mas nem tinha mais capacidade de sonhar. Minha vida era cinza, azeda, apagada. Eu já tinha acostumado a sofrer. Já tinha aceitado isso como uma condição eterna: "Aquela que é infeliz porque nunca engravida".

Sério mesmo! Eu já tinha aceitado que eu era destinada a ser "aquela parente/amiga amarga que é a única condenada a não ter filhos e fingir ser feliz e bem sucedida só que não".

Convivia com minha condição, tirava do Feed do Face as fotos de crianças, não curtia nenhuma foto nem nenhum status sobre crianças e gravidez (bom, ainda não consigo curtir), e tinha colocado na cabeça que eu tinha nascido pra aprender a engolir essa dor e conseguir viver com ela.

Só que depois das reuniões de família, ou das visitas de amigos com crianças eu amargava por dentro (porque chorar já não conseguia mais). E isso foi afetando minha saúde, e peguei uma doença misteriosa no fígado que não aparece em nenhum exame, nem mesmo depois de um checkup completo. Mas meu fígado dói, dói como se eu tivesse enfiado uma faca e ficasse andando com ela enfincada.

E isso só acontece depois que sinto muita inveja do filho de alguém. Horrível né. Absurdamente insano.

Então porque aceitar que tudo isso é normal? Comecei a tentar em 2006, fiz tratamentinhos e exames básicos (fora 2 histerossalpingos) com ginecologistas de consultórios normais. Em 2010 quando uma gineco disse: "Olha, não tem o que ficar mais tentando, você devia tentar uma FIV" fiquei fula da vida. Pensei "que má vontade dessa médica, que relaxada, tá tirando o corpo fora do meu caso". E com isso tentei mais 1 ano e então amarguei e desisti de tentar. Apenas aceitei que nunca daria certo e fiquei derretendo meu fígado.

Depois do natal de 2013 com toda a família reunida e criançadas correndo pela casa, eu decidi que eu ia me mexer e correr atrás dos meus sonhos, custe o que custarem. Vou gastar tudo o que tiver no meu alcance de tempo, energia e dinheiro mas eu não vou mais sentar e ficar me conformando com a derrota, nem desanimando com qualquer dificuldade, sofrendo e me afastando do convívio das pessoas. Eu também posso ser mãe! E eu serei!

Eu entendo que antes disso vivi tantas coisas que me amadureceram muito para que eu tivesse essa cabeça. Antes eu era muito depressiva. Tentava 2 meses um tratamento, no terceiro que dava errado meu mundo já caía, eu já dizia que nunca daria certo, já falava que não tinha forças pra tentar de novo. Talvez tudo isso foi uma preparação pra passar um tratamento de verdade, agora mais madura e com a cabeça no lugar.

Marquei uma consulta dia 28/1 e apesar de ser macaca velha, estou muito ansiosa e tenho vontade de só falar nisso, só pensar sobre isso e falar pra todas as minhas amigas. Mas a prudência de boa e velha treinante me coloca no lugar.

Espero fazer muitas amigas que passam/passaram o que passo e também espero que esse blog se transforme numa linda história de maternidade.

Que esse ano eu finalmente alcance meu desejo pelo qual tanto já chorei... em nome de Jesus amém!

Um comentário:

  1. Bem vinda ao mundo dos blogs das futuras mamães. Acho que fazemos o blog como um diário pra nós mesmas, para termos noção de tudo que passamos e como somos fortes.
    Eu também criei um blog e fiquei quase umas 3 semanas sem ao menos logar nele, fiquei meio numa "depré" sabe como é né.
    Enfim, estarei aqui te acompanhando e na torcida. Creio numa coisa, que somos pessoas especiais que passamos por isso porque somos capazes de vencer.
    Felicidades pra você e para todas nós, já somos vencedoras...
    Bjs

    Ahhhh me acompanha também( minha jornada tão linda) rssss
    Meu blog é
    http://elavamosnosparte2.blogspot.com.br/

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