quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Meu perfil psicológico é ISTP

Sim, o que isso tem a ver com o tratamento? Tudo! Tudo mesmo.

O que vou contar aqui é uma coisa muito séria, mas na verdade não foi consumado mesmo, então não fiz nada de errado.

No sábado uma amiga que está grávida me liga dizendo que o bebê dela tava querendo nascer, então ela estava sob observação na maternidade e lá conheceu uma mulher que tinha dado à luz sem saber que estava grávida, não tinha enxoval nem nada. O médico tinha dito que era um mioma. <<Estes miomas eu não tenho né...>>

Ela nem sabia quem era o pai, já tinha mais dois filhos em casa, desempregada, morava com os pais dela totalmente sem condições, e que não queria ficar com esse bebê.

Minha amiga me ligou contando a situação, fui ver o bebê no hospital, lindo de morrer, um anjinho. Eu e meu marido ficamos altamente comovidos, peguei o telefone dela e combinei dela me dar o menino. Só que a lei não permite simplesmente uma mãe escolher dar o filho, eu teria que estar habilitada para adoção e ter sorte do juiz se comover e não mandar ele pra fila. Então liguei pra todos meus contatos possíveis pra descobrir como ficar com esse menino por baixo dos panos. Não vou contar aqui, mas descobri como, só que eu teria que viajar com ele para outra cidade e me passar como mãe mesmo, fora que eu estaria sendo mãe de repente e teria que largar emprego, planos e isso envolveria mudanças mais drásticas do que vocês pensam, pois eu nem moro na mesma cidade que meu marido.

Passei o sábado para o domingo sem dormir, pensando no que fazer, entre a razão e a emoção.

Domingo fui vê-lo de novo, segurei-o no colo, ele segurou meu dedo com aquela mãozinha tão pequenininha, aquela pele tão fragil e macia, dava pra ver todas as veias da mãozinha dele de tão fininha que era, ele era lindo, um anjinho, cabeludinho. E olhei para ele e pensei: meu Deus eu não tenho coragem de assumir um risco desse, não posso ficar com esse menino, tentar registrar criminosamente (segundo a lei, e não segundo a lógica né gente) e depois alguém descobrir e alguma assistente me tomar essa criança alegando que ela tem que ficar com a mãe. Mas eu não tentei, dei por perdido e fui pra casa.

Então ouvi o sermão da família, que isso é uma loucura, que é insano, que é um crime, mas é muito muito fácil a pessoa estar me dizendo isso com o filho dela gestando na barriga. Ninguém entende essa dor, ninguém entende que somos capazes de fazer loucuras, ninguém entende que a necessidade de uma família é tão grande que não importa se é o mesmo sangue.

Tivemos então uma idéia, não fazer nada por baixo dos panos, liguei pra ela e perguntei se ela aceitava meu marido assumir a paternidade do filho dela e ela passar a guarda dele para o pai. Mas então ela disse que a história já tinha vazado e a assistente social estava na cola dela pra convencer a ficar com o menino, e então desanimei 100% decidi não me envolver mais, devido ao medo do menino ser tomado de mim depois que eu o amasse ainda mais, pois eu já o tinha como meu.

E então hoje fiz um teste de personalidade onde esse T do ISTP indicou que sou altamente racional. Sim, tive que ter sangue de barata muito frio pra conseguir pensar em querer não sofrer e "abandonar" esse menino tão lindo tão novinho à sua própria sorte, e ao serviço da assistente social que é tirar a chance de crianças carentes de ter um lar decente e estruturado porque a única coisa que importa é o dna dela.

O rosto dele não sai da minha memória, a cada vez que lembro dele eu choro, a cada bebê e criança que eu vejo eu penso: será que ele se parecerá com ele? Será que as mães sabem o valor que é conseguir ter um filho seu, de conseguir ter uma fertilização natural dentro do seu ventre sem ter que mendigar o filho dos outros.

E independente de ser meu ou não, mesmo que eu tenha 5 filhos biológicos, eu nunca esquecerei que eu poderia ter dado uma vida melhor para esse menino, mas o meu racional falou mais alto e eu não tentei, não fiz nada, deixei passar.

-------------------ATUALIZAÇÃO-------------------
Em janeiro fiquei sabendo que ela deu pra trás comigo porque trocou o bebê dela por uma casa num núcleo habitacional que um casal deu a ela. Bom, pelo menos ele deve estar sendo bem cuidado e amado.

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