domingo, 24 de janeiro de 2016

Encerrando o Blog

Estou encerrando o blog porque estou divorciando. Por enquanto não tenho mais motivos para querer ser mãe. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Ruivos são apenas 2% da população

Hoje na TV passou uma reportagem sobre a raridade dos ruivos. 

Então um casal de ruivos de Florianópolis se conheceu por uma rede social só para ruivos e se casaram. 

Eles pensaram assim: já que ruivos são raros e estamos juntos, temos que reproduzir e ter mais filhos ruivos. 

Eles quiseram ter filhos, fizeram sexo e então ela ficou grávida e agora eles têm uma menina ruiva de 4 meses. 

Já planejam o próximo ruivinho para daqui uns 3 anos. 

Fim. 

domingo, 12 de julho de 2015

E o tratamento? Por que você não faz FIV?

Sempre me perguntam isso. Mas você não vai no médico? Por que você não faz FIV? Etc...

Claro que sentar e esperar as coisas acontecerem sem ir à luta não resolve. Mas muitas das pessoas que fazem essas perguntas acham que é só fazer uma consulta num médico bom, só fazer uma FIV e voilá: resultados garantidos, como se fosse a cura de uma gripe.

Depois que fiz a consulta de retorno da videolaparoscopia em outubro/2014 nunca mais voltei em médico.

- Primeiro porque achei que minha vida estava resolvida e iria engravidar em poucos meses.
- Segundo porque fiquei muito decepcionada por não ter conseguido em poucos meses e mergulhei de cabeça no trabalho.
- Terceiro porque meu médico fica em SP, me mudei pro interior, minha situação financeira mudou consideravelmente pra um nível mais difícil, então acabei deixando pra depois.
- Quarto porque mesmo mergulhada no trabalho, achei que ainda em mais alguns meses iria conseguir engravidar e tive uma ponta de esperança.
- E por último porque fiquei tão de saco cheio que resolvi desistir e empenhar minhas energias no que me dá resultados visíveis.

Mas eu sei o que tem me levado a me boicotar tantos os tratamentos em todos esses anos: a teimosia de achar que se todo mundo recebe de graça, dentro de casa, e sem pedir pra ninguém, eu também acho que me sinto nesse direito. E por mais que isso é ser cabeça dura pois estamos numa geração em que os tratamentos tão aí pra ajudar a vida das pessoas, me sinto imensamente ofendida com Deus, com o universo, com a natureza ou sei lá comm que de não ter me dado a capacidade de conceber naturalmente.

E o principal: Uma vez li o livro Maternidade Tardia que me assustou muito quanto sobre os efeitos da carga hormonal que o corpo recebe durante os tratamentos de clínicas de fertilidade. E como já sou meio adepta de tratamentos naturais, já fiz muitas pesquisas no http://natural-fertility-info.com/ e etc. Vou começar acupuntura também.

Pra se ter um exemplo, eu aos 32 anos, com o rosto cheio de espinhas... sempre escuto "por que você não toma roacutan?". Gente vocês já viram quão forte é aquela droga? E os efeitos colaterais? Vocês viram que se toma uma vez só e ele faz efeito pro resto da vida? O que será que fica agindo no corpo pra sempre que não possa fazer mal ou dar um câncer lá na frente? Posso perder tudo nessa vida que eu corro atrás, menos o meu corpo, quero tratá-lo com a dignidade que merece.

Até mesmo nem tudo é FIV, pra quem tem endometriose, pesquisei que eles receitam um tal de Allurene, Gestinol, sei lá... que suspende a menstruação. Mas algumas pesquisas indicam que esse remédio na verdade tem efeito pró estrogênio, e é o estrogênio que causa mais endometriose. Ou seja, a pessoa acha que está se curando, mas está se envenenando. Mas os médicos ainda continuam receitando. E pra não dizerem que estou impressionada com bobagens que andei lendo na internet, são realmente pesquisas científicas, e qualquer pessoa que entrar num grupo de Facebook sobre endometriose irá conhecer muitas mulheres que tomaram Allurene e descobriram-se com endometriose novamente, mesmo estando há 1 ou  2 anos sem menstruar desde a videolaparoscopia.

Não pensem que sou igual aquele povo que age como parto natural x cesárea, que condena quem escolheu a opção "mais fácil" e mais "médica". Afinal sei que nenhuma é fácil, e quem chega a decidir uma FIV já está muito machucado e chateado. Pode até ser que um dia eu resolva fazer, não descarto 100%. Mas acho que ainda sou nova pra poder tentar de outras maneiras.

Também não é por isso que não voltei ao médico, tive uns problemas pra contratar convênio e ainda não estão resolvidos. Não sou xiita...rsrs

Hoje li um texto muito bem escrito em com ótimos exemplos de uma pessoa que tomou a mesma decisão que eu, só que com a diferença de que ela conseguiu engravidar, então já tem prova de que há outros caminhos mais saudáveis, respeitando os limites do corpo mesmo que demande um pouco mais de paciência de disciplina. Nesse texto existe até uns links para a história de uma atriz brasileira que quase morreu por se submeter a 7 FIVs em 2 anos (e não engravidou, coitada). Tenho certeza que todo casal infértil já se pegou pensando: puxa se eu tivesse muito dinheiro faria todas as FIVs possíveis até conseguir.... deve ter sido o que ela quis fazer.

Segue o link: http://endometrioma.blogspot.com.br/2013/05/o-livro-da-vida.html

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Ainda dói

Mesmo que não tenha passado meus dias de "ainda bem que não tenho filho para me dar trabalho"... ainda assim dói quando ouço os comentários referente às crianças próximas tipo: "é a cara da mãe", "tem a mania do pai"...

Fico imaginando como seria ter uma criança minha, um pedacinho de mim, do meu sangue e do meu marido. Como seria ter uma pessoinha que é a continuação da gente?

Pra mim ter filhos é algo tão estranho tão surreal.

Essa semana minha amiga grávida de 35 semanas mandou a foto do barrigão. É algo tão estranho pra mim, tão fora da realidade. Fiquei um tempão olhando pra barriga dela pensando: cara, cresceu um bebê dentro da barriga dela, um bebê que é pedaço dela e do marido dela. Vai se parecer com eles, vai chamar eles de pai e mãe. O corpo dela produziu isso, como será que deve ser?

Puxa tão normal isso né? Mas pra mim é a coisa mais esquisita do mundo. É tão distante, é tão impossível.

Essa semana alguns parentes ficaram aqui em casa. Eles têm dois gêmeos de 5 anos. Conversei, brinquei com eles, participei. É tudo tão esquisito pra mim e é tão comum pro resto da humanidade. Mesmo que dá trabalho, mesmo que dá gasto, mesmo que muita gente diz pra eu não ter que vou me arrepender, mesmo as vezes eu mesma achando que não deva mesmo ter.... é estranho....

Essas mães/pais as vezes estão cansados por cuidar dos filhos, estressados por abrir mão de um tempo só pra eles, frustrados por gastar com as crianças e não poder gastar pra si mesmos... mas eles sabem o que é ter um serzinho que veio deles, que tem o jeitinho deles, o cabelo da mãe, os olhos do pai, a risada da vó... como eu queria conhecer o que é isso...

Essa noite tive um sonho que me deixou chateada. Sonhei que ia pra casa da minha cunhada cuidar da bebê dela. Só que ela me recebia muito mal, me tratava com muita grosseria, e eu dizia: mas você não é assim o que está acontecendo?

E ela continuava com muita grosseria, falando com muita agressividade me insultando. E eu disse: Você só esteve assim quando estava grávida, você tá grávida de novo? E ela disse: estou sim e a partir de hoje você não vai mais cuidar da minha filha. E me tocou fora de casa.

E eu sai de casa com o peso da incapacidade de gerar sobre mim, vendo que minha cunhada estava gerando uma nova criança e eu ainda incapaz.

Eu não aguento mais esse pesadelo. Antes eu tivesse querido nunca ser mãe.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Stress

Se stress atrapalha engravidar, considero que os treinos estão suspensos... aff

Eu e o Diego estamos com muitos problemas, e ai quando a coisa aperta, ele fica arisco, agressivo verbalmente, e indiferente aos meus sentimentos, sendo que os problemas nem são culpa minha. Às vezes penso se a melhor coisa é querer um filho mesmo.

Quando ele toma atitudes que me decepciona, fico grata por não ter filhos pois isso me torna independente, tomo meu rumo e vivo minha vida, como arrumar um emprego e usar o tempo com coisas só pra mim.

Fora que tamos passando por várias dificuldades externas, que nada tem a ver com o relacionamento, mas estão nos estressando muito e muito.

Apesar de tudo, é dele que sinto falta quando preciso de apoio.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Eu sou o Grinch do dia das mães

Hunf, nem abri face hoje pra não ver mensagens fofas de mães, fotos intermináveis de bebês, "mãe de gato/cachorro também é mãe".... ainda teve gente que veio me dar mensagem de "eu sei que essa data é dificil pra você, mas tenha fé que Deus bla bla bla"... vi piscar mas nem visualizei.

E não, eu nem falei com minha mãe hoje.


sexta-feira, 1 de maio de 2015

Os dias em que não quero ser mãe

Já são muitos anos tentando engravidar, e com isso já desabafei com muita gente, já questionei muita coisa, já pensei muito sobre isso, Já conheci muita gente que também tem/teve dificuldade, e em nenhuma delas encontrei uma coisa que acontece comigo: Tem dias que fico satisfeita em ainda não ter tido filhos.


Sou uma pessoa muito independente, muito desapegada. Odeio me prender a compromissos, odeio sentir que algo está me impedindo de fazer o que eu estava pretendendo, odeio ajustar minha rotina por causa dos outros.

Vejo histórias de superação de mães que foram abandonadas pelos maridos com bebês pequenos, de mães de crianças com doenças graves, de mães de quadrigêmeos, quíntuplos contando suas histórias e a única coisa que consigo pensar é: MEU DEUS! Não quero isso pra mim!

Eu desde criança sempre quis ser mãe, é uma coisa que eu quis muito, como se fosse a coisa óbvia da vida. Mas assim como qualquer paixão desiludida, após alguns anos tudo vai esfriando. Ouvia de algumas mulheres sem filhos com vários anos de casada falarem que depois de tanto tempo, nem sabem se querem mesmo ter filhos. Eu achava um absurdo! Como não?



Como passar dos 30 transforma as mulheres. Amadureci em 2 anos o que eu não tinha amadurecido em 15, minha cabeça mudou muito, meu ideal de felicidade, meus objetivos também.

Por cuidar da minha sobrinha, baixei a guarda sobre o assunto de maternidade, me permiti ouvir mães falarem da parte linda e da parte difícil, entendi muita coisa que eu não entendia. Se minha paixão já tinha passado, a ilusão do mundo cor de rosa terminou de vez. E me pego pensando: será que realmente é isso que eu quero?

Mesmo antes disso, pelo menos pelos últimos 7 anos me peguei pensando várias vezes se eu realmente quero ser mãe, mas achava que era um reflexo da raiva de não ter conseguido, tipo: ah dane-se tudo eu não consigo mesmo.

Tem dias que dou graças por não ter tido filhos, e esses dias não são poucos.

Tem dias que meu coração dói, por querer ter uma criança que é um pedaço de mim, que represente na minha vida algo muito maior do que ela é.

E tem tantos outros dias que penso que quero poder dar na telha e viajar sozinha como sempre faço.

Tantos outros dias que não consigo enxergar o sentido de ter uma criança, juro que não consigo ver nada além de gasto financeiro, comprometimento de tempo e paciência que eu poderia estar usando para crescimento profissional e financeiro.

Acho que sou fria, talvez uma criança iria me amolecer.

Se ela vier, que ela consiga realizar isso. Se ela não vier, não vou me matar em tratamentos, hormônios, neuras.

Todo mundo está me perguntando sobre continuar o tratamento, já que faz um tempinho da cirurgia.

Eu considero que já me sacrifiquei demais, e até aqui tá bom. Não vale mais sacrifício, mais dinheiro gasto, mais ansiedade, mais frustração, mais pesquisas, mais dietas mirabolantes, mais nada!

Não desisti, mas se Deus existe mesmo e realmente promete e cumpre, que aconteça.

Se ele não existe, se milagres não existem, vou viver minha vida da melhor maneira possível, sem buscar minha felicidade em outra pessoa que nem nasceu.

Parece deprimido esse post, parece que odeio crianças, que não quero ser mãe. Até quero, mas se eu for vai ser porque tinha que ser, não vou me descabelar atrás de tratamento. Com o dinheiro de uma fertilização faço a viagem dos meus sonhos, que sempre quis fazer e nunca deu.